May 24, 2019

Tokyo | Kyoto 2006



















       Novembro do ano passado, deu vontade de beber um café gelado, do nada bateu essa vontade.
       Fiz, senti o cheiro e me lembrei de uma rua vazia, estreita e silenciosa, extremamente limpa, não  ventava mas o clima era agradável demais, ao ponto de me deixar incomodado. 
       Não conseguia identificar onde era, aquela sensação de tão longe e tão perto, saca?
       Alguns dias depois eu estou vendo meus arquivos e encontro uma pasta sobre o Japão.
       Era lá, caralho!
      Como pode, 12 anos se passaram e do nada, vem um aviso, através do cheiro de um café gelado?!
      Que porra que é a memória? Às vezes vem como tortura, outras vezes como um presente tardio.
      transformar em matéria uma sensação… sei lá…
      e disso vieram fractals de lembranças, fica difícil silenciar.
      Mais difícil descrever esse turbilhão de sensações acumuladas, manifestadas agora… só agora…
      Eu sei, é ignorância agarrar o tempo, 
      A fotografia, naquela viagem serviu de aviso
      e hoje ela me diz:
      Você não estava lá, seu corpo sim.
      como é loco saber sobre o desfoque da presença, estar e não estar 
      a presença acontece hoje,
      é isso que trabalha seu ser, este momento passa a ser eterno
      estas matérias, simples impulsos elétricos,
      te leva a paraísos em instantes,
      momentos diamantes.
      deixa a testa vibrar que Ele te conduz.
      E´ foda, né?
      O Saramago disse uma vez, o homem quando não sabe escrever, desenha!
      a cada dia, sei menos sobre as duas coisas, ou sobre todas as coisas.

      ignorance is bliss!


      esse não saber se manifesta em outras mensagens, extremamente incompreensíveis pra mim. 
      é um labirinto!
      Será mesmo um labirinto, ou um túnel?
      E  essa busca de luz no final de alguma coisa      
      Lembrar desta viagem ao Japão, é plantar bananeira com a memória.
      dar um chacoalhão, ir no extremo presenciado mas não vivido… foi parcelado em doze anos
      terminou as prestações, abriu o baú da felicidade
      a cada dia na luz, também tem seu dark side,
      pode apostar.

     Aconteceram muitas coincidências em tão pouco tempo, e o corpo astral, que sempre duvidei, me mostrou que foi lá e voltou
     viajar não significa sair fisicamente do lugar, e nem sempre onde seu corpo está significa presença total.

     o ano
     2006
     outubro
     ou
     nada